Para lá da Serra
Quem vem da cidade defende que os do interior não sabem nada da vida. Quem vem da cidade para passar o fim-de-semana, para visitar os pais que nunca deixaram aquele bocado de terra que fica escondido atrás da serra.
Faltam escolas e conhecimento para lá dos limites citadinos, é o que dizem. Sabem pouco e não se interessam por nada, é o que defendem.
Pontos de vista de quem conhece pouco mais do que azáfama do trânsito e o corre-corre de uma cidade que teima em não descansar e que cruza a serra uma vez por mês, no máximo. Pontos de vista de quem tem filhos que ficam espantados porque as maçãs crescem em árvores.
O interior é limitado e ainda vive no tempo da outra senhora que muitos deles nem sabem quem foi. O interior é bom para descansar. O interior não interessa a ninguém.
É o que dizem.
No fundo, quando se ouve o que por aí se diz, é como se do outro lado da cidade o mundo parasse no século XIX. Como se não saber inglês e perceber mais da terra do que da tecnologia fosse um handicap (gira a palavra) que deixa as pessoas menos dotadas intelectualmente só porque não sabem o que os outros tanto apregoam.
Porque o que os eles sabem é que é importante. Porque o que o que eles visitaram é que é bonito. Afinal, quem tem interesse em saber de cultivo? Quem tem interesse em conhecer as mudanças da terra e do tempo só de olhar para o céu?
Quem quer saber das histórias que as rugas das pessoas que nunca deixaram o seu lar, têm para contar?
Nada interessa, há uma ligação de banda larga que explica tudo.
Só que não viveu nada.
Faltam escolas e conhecimento para lá dos limites citadinos, é o que dizem. Sabem pouco e não se interessam por nada, é o que defendem.
Pontos de vista de quem conhece pouco mais do que azáfama do trânsito e o corre-corre de uma cidade que teima em não descansar e que cruza a serra uma vez por mês, no máximo. Pontos de vista de quem tem filhos que ficam espantados porque as maçãs crescem em árvores.
O interior é limitado e ainda vive no tempo da outra senhora que muitos deles nem sabem quem foi. O interior é bom para descansar. O interior não interessa a ninguém.
É o que dizem.
No fundo, quando se ouve o que por aí se diz, é como se do outro lado da cidade o mundo parasse no século XIX. Como se não saber inglês e perceber mais da terra do que da tecnologia fosse um handicap (gira a palavra) que deixa as pessoas menos dotadas intelectualmente só porque não sabem o que os outros tanto apregoam.
Porque o que os eles sabem é que é importante. Porque o que o que eles visitaram é que é bonito. Afinal, quem tem interesse em saber de cultivo? Quem tem interesse em conhecer as mudanças da terra e do tempo só de olhar para o céu?
Quem quer saber das histórias que as rugas das pessoas que nunca deixaram o seu lar, têm para contar?
Nada interessa, há uma ligação de banda larga que explica tudo.
Só que não viveu nada.
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