O que faz falta

Falta-nos o ir. A liberdade de decidir o onde e o quando. De ver sítios só porque sim. Fazem falta os amigos que nos esperam, os abraços que nos recebem e as conversas trocadas em mesas apertadas onde há sempre lugar para mais um.

Pegar no carro e ir. Porque está bom tempo ou porque o dia acordou mal disposto. Faz-nos falta o estar. Seja sentados num banco de jardim ou parados a ver a paisagem. A do último ano já sabemos de cor.

E não é que alguém tenha a culpa disto. Ou melhor, todos nós temos o nosso quê de culpa. Todos os que acham que a máscara não os deixa respirar ou que a usam para segurar o queixo. Todos os que juntam só mais um ou dois num total de vinte numa casa onde só vivem dois. E assim, pessoa a pessoa, máscara a máscara, contamos quase doze meses em casa.

Doze meses. E se o descanso da vida agitada e sem sentido que levávamos nos traz outra clareza sobre o que queremos, a verdade é que os dias tornam-se mais pesados quando já não se contam dias de confinamento, mas meses. Um ano daqui a pouco.

E mais do que o ir, faz-me falta a possibilidade de o fazer.



Comentários

  1. Faz-nos falta saber que tudo isto passou...
    Sentimos todos o mesmo

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    1. Sim,todos esperamos pelo dia em que termina esta pandemia.

      Beijinhos

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