Mais uma volta

Lá vamos nós. Outra vez. Em casa, onde estou desde Março do ano passado. Da última vez estava o calor já a espreitar e o quintal pedia almoços na rua. Agora, o frio entra em casa e ficamos de ossos gelados. A lareira está acesa antes de almoço e antes disso o aquecedor deu ambiente. Anoitece antes do dia de trabalho terminar.

Acho que estamos em Outubro. Sei que estamos a avançar em Janeiro, mas quando penso em datas acho que o calendário conta menos três meses. Efeitos de uma vida limitada pelo vírus. E por quem acha que em plena pandemia pode fazer a vida como se estivéssemos a entrar em 2019.

Das frases feitas, "a liberdade de um termina quando começa a do outro" deve ser das mais ditas. E das mais ignoradas porque grande parte não percebe isto de onde acaba um e começa o outro. Como um decidiu que dois metros é demasiado ou que a máscara não dá jeito nenhum ou que em casa pode juntar quem bem lhe apetecer, o outro fica confinado.

Bem vistas as coisas, ficamos todos. Mas enquanto uns estão sempre à procura de uma maneira de dar a volta às regras, os outros cumprem. E o cansaço começa a chegar. Porque cansa cumprir quando as coisas começam a descambar. Quando há quem grite por medidas que não cumprem quando são impostas e que depois acabam a dizer que assim o país acaba na miséria. Acabamos todos, essa é que é verdade.

A diferença, é que uns ainda não percebem onde termina a sua liberdade. E a continuar assim, este confinamento é apenas mais um antes do próximo. 



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