De volta

E assim, sem se dar por isso, estamos no final do ano. Dezembro chegou com um sol de Inverno que convida a sair e a caminhar sem preocupações. A aproveitar esta vida de aldeia tranquila com ruas quase sem trânsito e árvores daquelas que estão por aqui desde que há memória.

Mas voltamos para casa antes da hora de almoço e pomos trancas à porta que daqui ninguém sai. Ninguém.

De manhã eram os carros e as filas para as lojas. As conversas entre vizinhos. As máscaras e, nem sempre, a distância social. Chega a tarde e é o deserto. O silêncio de um país recolhido a aguardar a ordem de saída na manhã seguinte. 

Por aqui, pela terra, cheira a lareira. Nas ruas vazias mistura-se o fumo das chaminés com a humidade da noite. Cá dentro, é Natal. De casa enfeitada e família separada, mas é Natal. Com as bancadas cheias de farinha e o cheiro a canela e erva doce a encher a cozinha.

Estou de volta a casa. Lá pela Terra. 



Comentários

Mensagens populares